Neste último sábado fomos mais uma vez para Serra Pelada. Resolvemos fazer mais oficinas do que o previsto por lá devido à carência da comunidade. Não só carência de recursos, mas também de carinho e atenção. São muitos os moradores daquela região que dizem que aquele é um lugar esquecido do mundo, e de certa forma, não discordamos...
Para muitos rondonistas a visita a Serra Pelada foi a primeira vez que nos emocionamos de verdade... As meninas da área de saúde fizeram uma “Feira da Saúde” e a desinformação das pessoas era muito visível... Enquanto isso o pessoal da engenharia ambiental da FUMEC conhecia um pouquinho da realidade da estrutura das casas locais, que é nem um pouco boa... Todas as casas de madeira, a maioria bem antiga, teto de palha... Já eu fui procurar histórias dos mais antigos garimpeiros que ainda se encontram por lá... Se a realidade deles na época auge do garimpo já não era boa, hoje, é pior ainda... Coletamos vários causos e estamos super ansiosos para chegar em casa, editar os vídeos e dividir com vocês um pouco dessa riqueza histórica brasileira. Foi muito legal também entregar para os garimpeiros um livrinho feito pelos alunos da FUMEC com uma coletânea de histórias do garimpo de Serra Pelada, era muito emocionante ler para eles e vê-los sorrindo e dizendo “foi assim mesmo”...
Neste segundo dia finalmente conhecemos o Índio, um dos garimpeiros mais famosos de Serra Pelada, segundo ele a fama se dá devido à quantia de ouro que ele já teve em suas mãos, mais de 1 tonelada... Ele conta que durante a época de fartura fretava aviões, alugava bordeis só para ele, passava meses hospedado no Copacabana Palace... Hoje o Índio não tem mais patrimônios, apenas as lembranças daquela época de abundância... Questionado sobre como é viver em uma terra tão rica e numa situação tão precária, o ex garimpeiro se emocionou... Deixamos as entrevistas um pouco de lado nesta hora, pois nosso lado humano falou mais alto... Foi um prazer encontrar o senhor Índio e conhecer a história viva de Serra Pelada...
