Chegando ao fim da viagem, todos nos perguntamos o que nós fizemos de fato para a cidade de Alto Paraíso. Bate uma angústia... Parece que não fizemos tanto quanto imaginávamos.
Ainda com esta angústia, somos chamados na última noite para a câmara dos vereadores da cidade para uma homenagem de encerramento feita pela prefeitura. O tamanho da gratidão que eles mostraram foi comovente (provocando vários choros em alguns rondonistas). Começamos, então, a entender o tamanho de nosso trabalho que antes parecia pequeno. Com certeza marcamos a vida de várias pessoas de Alto Paraíso e trabalhamos muito!
Veja o vídeo produzido pela prefeitura com fotos dos rondonistas
Miniatura de Jerico - presente da prefeitura para os rondonistas.
Depois aconteceu um jantar, ainda em nossa homenagem, na escola onde estávamos alojados. Houve apresentação de Caratê e Capoeira das escolas da cidade (destaque para o André que até jogou capoeira com o pessoal). Quando a escola esvaziou, mesmo sendo a última noite e tendo que acordar cedo para pegar o ônibus para Porto Velho na manhã seguinte, resolvemos, quase todos, ficar conversando à luz da lua até tantas horas da madrugada.
Dia seguinte: de volta a Porto Velho.
Almoço bom servido pelo exército... Depois, fomos à Casa do Índio fazer umas compras... É uma casa bem simples, onde vários índios vendem artesanato para turistas. Os olhos deles até brilharam quando viram aquele tanto de gente interessada no serviço... Depois deste momento, o ônibus se encheu de arcos e flechas, colares, brincos, zarabatanas e um tanto de idiotas imitando índios (inclusive nós). E depois, direto para outra cerimônia do exército, o encerramento: cada equipe teve 5 minutos para apresentar sua equipe e sua cidade: começou a pagação de micos gerais! Tinha gente vestida de cacau, recitando poesia, música... Umas mais produzidas e outras nitidamente improvisadas... Nós entramos fazendo uma corridinha tosca (para representar as corridas que aconteciam nos finais de tarde) e depois apresentamos uma música que compomos em homenagem à cidade. Deixamos também nossa homenagem ao Anjo-Tenente Márcio e ao nosso pequeno grande amigo Gildo, que foi junto com a esposa ver a festa ao nosso lado!
O discurso final do General foi o mais comovente comovente. Mais uma vez, foi um choro só! Quem não chorou admite a emoção bateu naquele momento. Abraços entre todos os rondonistas do Paraná e de Minas e promessas de que, assim que possível, iríamos a Curitiba e eles viriam a Belo Horizonte... Vamos mesmo!
Pra finalizar o dia, a tão esperada festinha produzida pelo exército! Apesar de pouca cerveja e MUITO calor, foi um dos momentos mais divertidos da viagem, agora sem mais compromissos no dia seguinte, podemos relaxar 100%. Muita emoção também na despedida dos novos amigos curitibanos. A festa estava tão boa que até perdemos o ônibus que nos levaria ao aeroporto de Porto Velho... mais uma vez, devemos muito ao Anjo-Tenente Márcio que resolveu nosso problema, no meio da madrugada, com o maior empenho!
Depois de tanto trabalho, tantas homenagens, vejo que, na verdade, a angústia sentida por nós, descrita no início deste texto, não era fundamentada... Na verdade acho que é mais do que natural senti-la. Nosso trabalho não vai resolver os problemas das cidades da região, mas mostrou para eles que existem pessoas que se importam e que trabalham para que as melhoras aconteçam. Mostrou também uma realidade que estava longe dos nossos pensamentos e, com certeza, nos vai fazer pessoas muito melhores. O Projeto Rondon não foi apenas para ajudar a cidade de Alto Paraíso, mas para ajudar os estudantes que participaram e que podem ajudar muito mais a sociedade com a experiência de um projeto como esse!
"... Do Rio a Rondônia, uma nova missão
BH e Curita, são só no Rondon"
Rondonistas de Alto Paraíso
Quem vai pro Rondon, não volta... Volta uma outra pessoa!
Experiência para lembrar o resto da vida!
Valeu Rondon!
Raoni Jardim